Olá, meu nome é Franco, mas as pessoas me conhecem mesmo por Sorriso, Doutor Sorriso. Desculpe-me, você pode não gostar mas devo dizer que embora seja eu um médico, não sou como os habituais profissionais, sou diferente dos médicos dos dias de hoje, eu não tento o meu melhor para enganar a morte pois ao invés disso, prefiro ajudar meus pacientes a encararem tal situação afinal, o que há de errado em abraçar a morte?
Outro dia encontrei uma jovem senhora na rua, ela parecia que estava morrendo lentamente de anorexia. Sorri para ela e até beijei sua mão, prometi ajudá-la e então, ela ficou encantada com a proposta e aceitou meu convite para levá-la ao meu escritório, um pequeno prédio na periferia da cidade, você provavelmente já viu isso antes ... Aquele com as persianas penduradas por uma pequena faixa de metal , com sua tinta opaca e quase que descascada da parede, aquele prédio que tem os vidros da janela substituídos por pedaços de plástico e papelão ... o que você sempre assumi que era vazio ...
Eu chamo esse lugar de minha casa e minha clínica, ajudo todos os meus pacientes aqui.
Quando a mulher entrou em minha clínica, disse ela surpresa: "- Pensei que era um prédio aconchegante e devidamente decorado...". Eu apenas fiz aquele meu sorriso habitual e peguei em sua delicada mão, vim trazendo ela para dentro da sala de estar, entramos, soltei de sua mão e tranquei a porta... Ela começou a entrar em pânico quando percebeu as manchas de sangue no meu sofá velho . " - Oh , não se preocupe , isso é apenas por casa de uma cirurgia de emergência que tive que realizar ! " - disse isso, tentando segurar minha risada pois, a excitação era muita. Eu a levei para o meu quarto de consultas e disse para que se deitasse na cama de exames. Ela obedeceu, ainda que um pouco assustada, deitou-se com um olhar inseguro mas, sem questionar. Ela olhou ao redor da sala, lá haviam diversos frascos de comprimidos e de líquidos que cobriam as paredes e foi então que tomou conhecimento de uma de minhas espécimes. " - O- o- o- O que ? " Ela gritou, apontando seu dedo indicador para um dos frascos.
Eu me virei para ver qual deles chamava sua atenção: "- Minha querida, é uma amostra de minha última paciente, guardo isso pois, ela tinha uma doença desconhecida que causava a morte de suas células e assim, partes de seu corpo apodreciam e caiam, pobre coitada, não existe cura para isso... A jovem mulher ficou espantada, ela se sentou na cama e se levantou na tentativa de sair de meu consultório, (acho que minha explicação a deixou assustada) porém, felizmente para ela, eu havia acabado de encher minha seringa com o líquido azulado que usei em todos os meus outros pacientes. Peguei ela pelo o pulso e a agarrei por trás e lentamente introduzi a agulha em seu pescoço para que pudesse injetar o líquido: - " Shhiiiiu... Não tema... Estou aqui para ajudá-la , - "sussurrei em seu ouvido, com um sorriso grande o suficiente para mostrar todos os meus dentes afiados. Ela abriu sua linda boquinha como se fosse gritar, mas só conseguiu soltar alguns pequenos gemidos até que caiu em um profundo sono.
Continuei trabalhando nos preparativos para a cirurgia, chequei as condições higiênicas de todas as minhas ferramentas, (eu sempre mantenho tudo limpo por aqui) elas estavam brilhando. Coloquei tudo em uma plataforma ao lado de sua cama, onde ela estava sentada , apoiada com algumas almofadas e presa por algemas e correntes. Um gemido suave chamou minha atenção, e eu comecei a rir e disse: - Bem - vinda de volta, pequena preguiçosa! Ela abriu os olhos e começou a se debater contra as correntes, daí pensei: - Será que ela não percebe que estou tentando ajudá-la ? Peguei meu bisturi e comecei a trabalhar, primeiro eu abri sua genitália, eu precisava bisbilhotar suas entranhas mas, ela sangrava demais e por isso resolvi parar... Costumo tentar manter meus pacientes vivos enquanto faço os exames e cirurgias, é mais divertido dessa forma, observar como os órgãos fazem na tentativa de continuarem trabalhando depois de terem sido expostos para o mundo.
Também cortei e abri o seu estômago até encontrar o seu rim, também acabei cortando um pequeno pedaço de seu útero e esse, eu guardei em um frasco afinal, era uma nova amostra para a minha coleção. Perfurei seu crânio com minha "furadeira" especial, não sei de onde ela tirou tanta resistência, é desse tipo de paciente que mais gosto, ela não só resistiu como também se contorcia feito louca, apesar de magrinha e muito miúda, era mesmo uma garota vigorosa e valente. Sangue escorrendo por toda sua face, era tanto que lavou até a sua nuca, a garota tinha os cabelos bem claros mas naquela hora parecia ter tingido naturalmente os fios de vermelho. Eu ria! Sempre achei os seus últimos momentos o mais divertidos de todos, principalmente quando cravei meu bisturi em seu coração ainda batendo. O sangue esguichava do ferimento, até que ela ficou mole, mais uma vez eu sorri de tanta emoção e enquanto lambia meus lábios, (assim como uma criança faz após devorar um delicioso doce), eu disse em voz alta para mim mesmo:
Mais uma cirurgia realizada com sucesso!
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