Pra quem lembrar a primeira parte foi a segunda postagem do blog.
I – O CONTO MALDITO
Ruan estava sentado em sua cama. Pelo colchão dezenas de folhas espalhadas. Eram as folhas da pesquisa de sua namorada, Thaisa, morta a mais de duas semanas.
A garota havia sido assassinada e o culpado não encontrado.
Desde que deixara a casa de Thaisa, Ruan deu início a um estudo sobre Creepypastas. A pesquisa era trabalho da universidade de sua namorada e mesmo sem entender muito bem do que tudo se tratava, o jovem leu e se esforçou para encontrar naquelas folhas o significado da morte de sua amada. O significado do sangue derramado e do bilhete encontrado no chão.
Sim, o maldito bilhete!
Ruan o havia encontrado ao lado da cama de Thaisa, próximo ao corpo da garota. As poucas palavras escritas como uma caligrafia mal feita diziam:
“NÃO SE ENVOLVA! VOCÊ PODE SER O PRÓXIMO!”
Ele sabia que o certo era entregar o bilhete para a polícia. Afinal eles saberiam o que fazer e quem sabe até chegassem ao assassino de forma mais rápida. Mas os planos de Ruan eram outros. O sentimento que o rapaz sentia era de raiva e essa raiva só cessaria quando ele acabasse com a vida daquele que destruíra seus sonhos, seu maior tesouro, Thaisa.
Durante duas semanas Ruan leu. Leu e aprendeu tudo sobre os mais diversos “monstros” que rondavam as lendas da internet. Traçou e perfil de todas as entidades e depois, fez diversas anotações.
Ao termino da primeira etapa de seu trabalho, que era ler a pesquisa de Thaisa e fazer as anotações mais relevantes, comparando o comportamento das criaturas das Creepypastas com o crime acontecido, Ruan partiu para a segunda parte de seu plano, a pesquisa na internet.
Ficou dois dias vasculhando a Web, na busca de encontrar uma ligação entre a morte de sua namorada e as tais Creepypastas. No terceiro dia ele encontrou. Mas o impacto dos resultados foi avassalador. A verdade doía.
Grande parte de todo o mistério envolvendo a morte de Thaisa estava em um site chamado Solo Proibido.
Em meio a tantos endereços, Ruan acabou entrando no Solo Proibido e dando de cara com algo que simplesmente fez seus pelos arrepiarem, seu coração disparar.
O que encontrou foi uma história, A história de Thaisa, uma jovem morta por um assassino chamado Jeff the Killer. Era aquela a história de sua namorada e agora, sua história também.
Ruan precisou ler seis vezes o conto para ter certeza de que tudo aquilo era real. Não podia ser verdade! Ao ler o texto, sentiu como se fosse o personagem de alguém, a criação de um escritor desconhecido que ainda não sabe lidar com suas histórias.
“Preso em um mundo fora de controle, que sequer existe…” Continuou divagando, enquanto navegava pelo Solo Proibido.
“Escravo de um Deus babaca…”
Entre abrir uma janela e fechar outra, uma nova página apareceu. Agora Ruan estava no youtube, em um canal chamado Ambuplay. E lá estava novamente a história de Thaisa.
Ele leu de novo o título que já havia decorado. As palavras faziam suas pernas tremerem:
“Crimes de Jeff: Banho de Sangue”
- Isso não pode ser real! Gritou Ruan.
A raiva misturada com o medo fizeram com que o rapaz aplicasse um soco em cima de mesa de seu computador. Tudo tremeu e nesse momento a mãe de Ruan entrou no quarto.
Maria, uma senhora de 52 anos, a única companhia do rapaz.
- Meu filho o que é que está acontecendo?
Desde a morte de Thaisa, Maria notara que o comportamento do filho mudara. Mas tinha esperanças de que não era nada sério e que o tempo curaria, trazendo Ruan de volta para a vida normal.
- Olha isso mãe! Olha! É a história da Thaisa! Foi esse maldito, Jeff the Killer, o assassino!
Maria seguiu em direção ao computador, olhou no monitor e para sua surpresa, a tela estava escura, apagada.
- Filho eu não estou vendo nada.
- Aqui mãe! Leia, OS CRIMES DE JEFF! Você não tá vendo mãe?! Isso é mais forte que a gente, isso não pode ser verdade! Nós estamos sendo controlados! Falou Ruan enquanto lágrimas escorriam por sua face.
A mãe abraçou o filho. O estado do rapaz estava piorando.
Como podia ele ficar mexendo no computador enquanto o mesmo estava desligado? E que história era aquela de estar sendo controlado?
Maria não entendia e naquele momento, não queria entender.
Abraçou o filho e tentou tranquiliza-lo. Abraçou e tentou pensar em uma solução para aquela estranha crise que Ruan enfrentava.
Enquanto isso o rapaz soluçava e como uma criança, soltava palavras aparentemente sem sentido:
- Jeff… Solo Proibido… Felipe… Assassinos… Ambuplay… Assassinos… Todos assassinos… Uma legião de monstros…
A mulher passou a mão pelos cabelos do filho e aos poucos começou a chorar.
Também estava com medo.
II - NA DELEGACIA
Ruan entrou na delegacia e pediu para falar com o Delegado Antunes. Era ele o responsável pelo caso de Thaisa.
O rapaz antes de sair de casa tentara sozinho encontrar um modo de resolver toda a história, mas após ler o estranho conto na internet e entender que o assassino de sua namorada não era real, Ruan resolveu juntar forças e tentar encontrar junto da polícia uma forma para esclarecer toda aquela loucura.
- Se for preciso vamos atrás desse Felipe T.S! Se for preciso prendemos esse tal de Ambuplay! Falou Ruan enquanto caminhava até a delegacia.
Sussurra sozinho, falava baixo, consigo mesmo. Quem o olhasse, lhe taxaria como um louco abandonado. Afinal além do estranho comportamento, o jovem estava a mais de uma semana sem tomar banho e trocar de roupas.
- Aguarde por ele ali naquela sala. Respondeu um dos policias que estava atendendo.
Ruan caminhou até a sala e esperou. Cinco minutos se passaram até que o Delegado Antunes entrou.
Antunes era um homem grande. Quase dois metros de altura e pelo menos uns cem quilos. O bigode e os óculos escuros que não eram tirados nem mesmo em dias de chuva, lhe passavam um ar de Durão.
- O que você precisa meu jovem? Se forem informações sobre o assassino, minha resposta ainda é a mesma: Estamos trabalhando nisso!
Antunes acabou sendo grosso com Ruan por motivos claros. Afinal desde a morte de Thaisa o jovem ligava pelo menos uma vez por dia para a delegacia, apenas para saber se a polícia tinha conseguido alguma informação nova.
Ruan sabia que ficar ligando não iria adiantar muito. Sabia que mesmo se a polícia tivesse mais pistas, ela não passaria assim, do nada. Mas ele tentava, tentava de qualquer jeito sair na frente das autoridades. Tudo porque queria ser o primeiro a encontrar o assassino de Thaisa.
E agora, quando finalmente descobrira a identidade do criminoso, Ruan correra até as autoridades. Correra como uma criança com medo do monstro que vive em baixo da cama.
“Você é mesmo um frutinha”. Disse uma voz na cabeça de Ruan. Ele analisava sua situação, ali em frente ao delegado Antunes e sentia o mundo todo sob suas costas. Sua vida estava tão confusa, tão surreal.
- Vamos meu rapaz, fale algo! Não tenho o dia todo!
- Eu consegui uma pista. Falou Ruan olhando para baixo.
E então passou uma folha para Antunes.
- O que diabos é isso? Perguntou o policial ao ler as poucas palavras escritas a caneta.
- É um endereço, um site da internet. Lá tem… A história da Thaisa, todas as informações sobre o crime e até mesmo, uma foto do assassino. Ele é um Serial Killer, não é brasileiro, é uma espécie de lenda da internet… O sujeito é pura maldade, um verdadeiro monstro…
Ruan não parava de falar, Antunes lhe encarava com uma expressão de pena.
- Ruan, certo? Interrompeu o policial.
O jovem acenou com a cabeça, concordando.
- A quanto tempo você não dorme filho?
- Quatro… Quatro dias.
- Então vá para casa, tome um banho e descanse… Vamos ver o que podemos fazer com isso aqui. Falou Antunes enquanto guardava o papel no bolsa da camisa.
Ruan levantou e caminhou para fora da delegacia.
Antunes ficou lhe encarando.
- Pobre jovem…
III – Um rapaz maluco
O delegado nem bem havia voltado para seu escritório quando um de seus colegas de trabalho lhe passou um telefonema. Era Maria, mãe de Ruan.
- Delegado Antunes?
- Eu mesmo.
- Aqui é a Maria, mãe do Ruan… Creio que ele esteve ai a pouco tempo.
- Sim senhora…
- Eu pedi para ele não ir, mas ele insistiu… Queria apenas dizer que ignore o comportamento dele, desde a perda da namorada ele não é mais o mesmo garoto.
- Eu notei senhora… Ruan está abatido, acho que era melhor leva-lo no médico.
- Eu vou fazer isso senhor, vou mesmo… Perdoe pelo incomodo, só não queria que meu filho se intrometesse em mais problemas.
- Tudo bem Maria… de qualquer modo, vou analisar o que ele me passou. Afinal ele era o namorado da vítima, as autoridades tem o dever de investigar esse caso, de prender esse maluco.
“Maluco… Ruan… Maluco…” Pensou Antunes, as palavras que não tinham nada a ver, agora pareciam ter o mesmo significado.
- Adeus Maria.
- Adeus.
“Mas não pode ser ele, não há nenhuma ligação… O garoto é inocente, ele está apenas abalado! Porra, sua namorada morreu de uma forma brutal! Faz todo o sentido ele estar mal… Faz todo o sentido ele ficar meio maluco…”
Antunes sentou-se em sua poltrona, ligou o computador e tirou o papel do bolso.
Na barra de endereços digitou as palavras que Ruan havia lhe entregado:
soloproibido.com.br
Quando a página carregou e apareceu que o endereço não existia, uma palavra ecoou na mente do policial. Na verdade eram duas, duas que tinham o mesmo significado.
“Ruan… Maluco…”
IV – O SEGREDO DE JEFF
Ruan voltou para sua casa e partir daquela tarde, sua vida se resumiu a apenas uma tarefa: Entender como uma criatura que aparentemente parecia ser apenas uma lenda, tinha o poder de ganhar vida e matar pessoas.
Sim, o pensamento soava de certa forma imbecil, mas não era isso mesmo que havia acontecido?
“Os deuses devem estar loucos… Não, eles sempre foram malucos… malucos” Pensou Ruan em frente ao computador.
E assim, durante sete dias, ele leu todas as Creepypastas sobre Jeff The Killer. Eram tantas histórias, tantas mortes, tanto sangue, Thaisa havia pesquisado apenas uma parte, pois todos os dias surgiam novos relatos sobre Jeff.
As características em comum eram várias, mas algumas não tinham relação nenhuma. Como por exemplo o fato de Jeff fugir depois de matar uma de suas vítimas e em outras vezes, apenas desaparecer, como se não existisse.
Ruan depois de seu árduo estudo, chegou à conclusão que Jeff estava morto a muito tempo, mas que pelo fato dele não ser apenas uma homem, ainda tinha poder de interferir nos mundos dos vivos:
“Só pode ser isso, afinal na história original existe o relato de uma possessão! Jeff deixa de ser um garoto no momento em que uma força estranha começa a atuar sobre si.”
Ruan estava no caminho certo para solucionar a lenda de Jeff The Killer, só não sabia que esse caminho o levaria para o fundo do poço.
“Jeff é apenas a figura que esse demônio usou para cometer tantas mortes… Mas por que, mesmo depois de morto, o nome de Jeff continuar ecoando pelos corredores da internet? Por que esse serial killer deixou de ser apenas um serial killer?”
Pensou a respeito e foi ao ver pela décima vez os vídeos de Jeff no canal Ambuplay que ele entendeu o sentido de toda a força que aquele nome monstruoso tinha.
“É isso, é culpa dessa legião… Eu estava certo desde o começo e não sabia!”
Ruan leu os nomes e os comentários. Tudo estava na sua cara! Não entendia como não havia percebido antes.
Jeff… minha creepy preferida, histórias bem feitas que leva a imaginar realmente a cena…. foda
EU GOSTO MUITO DE SEUS VIDEOS DO JEFF
na boa,vo te falar,o jeff é meu assassino preferido.
cara n sei porque mas comecei a gostar do jeff quando alguem diz o nome jeff eu sinto algo ardente dentro de mim
eu acredito que ele existe
.-. gostei bastante da história
Eram dezenas de comentários e todos reforçavam a mesma ideia.
Ruan saiu do youtube, voltou até o site Solo Proibido. Lá abriu o post com a história de Thaisa e novamente confirmou seus pensamentos em relação ao poder de Jeff The Killer.
Leu o primeiro comentário e um calafrio percorreu sua espinha.
José says:
Bem, eu fiquei com dó da pobre Thais. Enfim, muito boa esta creepypasta, jeff, the killer sempre muito foda! e faz sim a continuação, iria adorar ver o Ruan atrás do Jeff e.e
Na sequência, as palavras de outras pessoas seguiam a mesma linha de raciocínio.
Trust says:
Jeff nunca decepciona…
Anônimo says:
O cara e foda
Anônimo says:
Óbvio
Andre Gaeta says:
gostei muito dessa creepypasta
Jeff the Killer sempre com algo
novo
Jeff the Killer sempre com algo
novo
José says:
Quero a continuação, essa creepypasta ta boa pakas
eduardo says:
muito boa eu gostaria de mais uma
gabriel says:
continua…
Os comentários não cessavam e a sensação de Ruan estar participando de uma espécie de reality-show macabro, dominava seu coração.
eni says:
por favor continua quero saber o final eu sou uma grande fã de creepypasta e do Jeff também estou cada ves mais curiosa.
Ao terminar de ler os comentários Ruan entendeu o segredo de Jeff The Killer.
“São eles que dão força a esse maldito! Esses filhos da puta acreditam nele, torcem por ele, gostam que ele mate!”
Os pensamentos explodiam na cabeça de Ruan. Não era possível que as pessoas fizessem aquilo. Será que eles não entendiam que não havia o porque de gostar de um assassino? Será que elas não entendiam a força que um pensamento, uma adoração tem?
Graças a um bando de idiotas, sua namorada estava morta, graças a uma legião do medo, uma bando de demônios, sua vida já estava decidida.
Sim, sua vida estava decidida. Tudo isso porquê haviam dezenas, quem sabe milhares de pessoas esperando por uma continuação daquela história e todas elas concordavam com uma coisa: Jeff sempre vence.
Ruan olhou no relógio, não se lembrava que dia era, não tinha ideia de quanto tempo ficara trancado no quarto, perdido em todas aquelas histórias que agora pareciam mais reais que sua própria vida.
“Os deuses estão brincando comigo… mas eu vou dar um jeito de acabar com esses malditos, com toda essa legião! Eu vou…”
Antes que pudesse concluir seu pensamento, Ruan ouviu um grito. Foi um grito longo, carregado de dor e medo.
V – MAIS UM CRIME
O grito era Maria, mãe de Ruan.
O rapaz levantou correndo da cadeira onde estava e avançou em direção a porta. Sua coração batia em uma velocidade fora do comum. O nervosismo fez com que ele demorasse um tempo para conseguir destrancar a porta.
Enfim abriu a porta e então correu em direção ao quarto de sua mãe. Quando chegou lá, teve uma macabra surpresa, outra porta trancada.
Tentou arrombar. Do lado de dentro vinham mais gritos e uma macabra risada.
A porta foi estourada, Ruan entrou e na cama viu sua mãe estirada, ainda com vida. Sua corpo tremia e rios de sangue escorriam do corte que ela tinha no pescoço.
- Mãe!! O que foi que aconteceu mãe, por favor, me fala! O jovem estava desesperado.
- Ele… ele apareceu…do…do nada. Sussurrou Maria e então fechou os olhos.
Ruan abraçou a mãe começou a chorar, aquilo não podia ser verdade.
Se afastou e quando olhou ao lado do travesseiro, viu uma longa faca de cozinha manchada de sangue. Pegou ela e lembrou das várias histórias em que um monstro chamado Jeff The Killer matava suas vítimas com uma faca como aquela.
Desequilibrado, Ruan começou a gritar. Gritava alto, a rua inteira escutava seu tormento.
- Eu vou matar você seu filho da puta! Eu vou te pegar, nem que eu precise matar um por um daqueles que acreditam em você, mas eu vou te pegar seu desgraçado!
Ruan se levantou, e com a faca em mãos viu que sua aparência não lhe ajudaria em nada. O moletom encardido que vestia, as mãos sujas com o sangue de sua mãe e a faca, a arma sob seu porte.
Com medo o jovem deu alguns passos para trás, se afastando da cama de sua mãe. Ouviu um barulho e nesse momento olhou para o lado. O som havia vindo de um espelho.
Ao fitar o longo objeto de vidro, Ruan viu seu reflexo refletido.
Ele já não era mais ele.
No espelho Ruan não se enxergou, o reflexo preso dentro daquele antigo espelho era o de um monstro, de um assassino. Aquele, era o verdadeiro Jeff. A força da loucura e do assassinato, o poder da brutalidade e da insanidade.
O reflexo riu, mostrou um sorriso diabólico. Era o mesmo sorriso que tantas creepypastas descreviam. Lábios queimados, pele branca…
Ruan correu em direção ao espelho e acertou um murro no reflexo. Cacos se espalharam, o rapaz acabou cortando sua mão. Mas pelo menos a macabra imagem de Jeff havia desaparecido.
Havia mesmo?
Podre de cansaço e com a cabeça fora do lugar, Ruan se agachou no chão e começou a chorar.
Do lado de fora de sua casa, um grupo de vizinhos que havia ouvido os gritos do rapaz, que soavam inacreditáveis, esperavam pela chegada das autoridades, para assim entender tudo o que havia acontecido.
VI – Os fãs e a vida eterna para Jeff The Killer.
Gabriel estava navegando na internet. Era domingo, e ele sabia que naquele dia uma nova história sobre Jeff The killer seria publicada. Entrou no site Solo Proibido e viu que a postagem já havia sido feita.
Leu o conto inteiro, se emocionou, vibrou, sempre torcendo para seu assassino favorito, seu herói, Jeff The Killer.
Terminou de ler o conto e achou o final simplesmente fantástico.
Na história, Ruan havia sido capturado pela polícia e as autoridades o acusaram de matar a própria mãe. A polícia dizia ter provas suficientes para isso.
Primeiro os gritos ouvidos pelos vizinhos:
“Eu vou matar você” Foi o que escutou Helena, a mulher que morava na casa ao lado de Ruan e que disse as autoridades, que a dias não via o jovem, que desconfiava que o mesmo estava doente.
As outras provas, as mais fortes, foram as encontradas dentro do quarto de Maria. A mulher esticada na cama, com o pescoço rasgado. O quarto bagunçado, com o espelho quebrado mostrando sinais de luta e resistência.
Ruan tremendo no chão, com uma faca próxima de si e a mãos cheias de sangue. Sem contar nas palavras que o jovem insistia em pronunciar. Uma simples frase, que além de estar saindo da boca de Ruan, também estava na parede, em cima da cabeceira da cama.
Os policiais leram e não entenderam, mas aquilo não importava, era coisa de doido e para Antunes, o delegado que acabou não se surpreendendo muito com todo o crime, já estava mais do que provado que Ruan ficara louco.
Dois militares levaram Ruan até a viatura e Antunes ficou analisando o corpo da pobre Maria.
- Um golpe de profissional. Falou Antunes encarando a facada certeira aplicada no pescoço da velha.
O delegado então fitou a parede e leu as letras escritas com sangue, elas diziam apenas:
“VÁ DORMIR”
“O mundo está perdido… é o fim dos tempos.” Pensou o policial.
Gabriel com um sorriso estampado no rosto, escreveu seu comentário no Solo Proibido.
“CARA FOI DEMAIS! O JEFF É IMBATÍVEL! FICO NA ESPERA DA PRÓXIMA, ESSE POLICIAL AI, BEM QUE ELE PODIA MORRER TBM!”
A criança de apenas 13 anos fechou o site, sem ter ideia de que havia alimentado o ódio, e que se outros fizessem a mesma coisa, mais uma vida estava decidida. Antunes seria o próximo e Jeff, continuaria matando. Afinal, uma lenda nunca morre…
FIM?
Twitter: @ folope4443
0 comentários :
Postar um comentário