-Por que você está fazendo isso? O que eu lhe fiz?
Dizia ele acorrentado a uma maca cercado de aparelhos esquisitos e de utilidade duvidosa.
-Bem na verdade você foi escolhido, um jovem inteligente, bonito, de muito amigos, a pessoa perfeita para a ocasião.
Cantava o algoz, vestido ao que parecia serem trajes cerimoniais, manto escuro com escritas em verde em alguma língua há muito esquecida, usava também um capuz estranho em forma de lula que lhe conferia um aspecto medonho.
-Pessoa perfeita? Do que você está falando? Você sabe quem eu sou? Sabe quem é meu pai?
Risada estridente.
-Lógico que eu sei, você é surdo? Sei quem você é e sei quem é seu pai, você não foi escolhido ao acaso.
Contava o seqüestrador rasgando a camisa do prisioneiro e lhe cortando o em formas que ele não entendia.
-Mas você deveria sentir-se honrado com tamanha importância de sua missão, muitas vidas serão salvas graças a você.
-Como assim, você trabalha para alguém?
-Digamos que sim, mas já está na hora, temos que ir.
E falando isso abriu uma porta que o prisioneiro não conseguia ver e saiu puxando a maca. Carregou até a entrada de um túnel bruscamente inclinado para baixo, direto para o centro da terra. Ele não sabe se perdeu a consciência ou já estava delirando mas pareceu que estavam descendo a muitas horas, até que enfim chegaram a dois portões, que pareciam serem feitos da mesma rocha escura que revestiam as paredes e o chão, o ser encapuzado abri-o com esforço, e ao abrir foram bombardeados por um odor repulsivo de mofo e coisas podres. Do outro lado havia um grande salão sustentado por grandes pilares, e no centro o que parecia ser um poço com grilhões suspensos sobre ele.
Outros se juntaram a eles, vestidos também com trajes esquisitos, embora mais simples do que do homem que o seqüestrara, ele parecia ser o líder.
-O que vocês vão fazer comigo?
Gritava ele, mais não foi respondido, ao invés foi preso as correntes sobre o poço, os cultistas fizeram um circulo em torno do poço e entoaram uma música maldita.
O prisioneiro gritava e se debatia já em pânico, seu sangue pingando para o fundo do poço, os cântigos mais altos, a visão escurecendo, o coração mais rápido, tentáculos negros subindo pelo poço, os cântigos mais altos, o coração mais rápido e então silencio e nada mais importava.
23 de jul. de 2013
O Sacrifício
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