BLOGGER TEMPLATES AND IMVU Layouts »

30 de abr. de 2014

Madrugada de Domingo

Antes de mais nada, preciso dizer que este conto não é inventado. O que irei lhes contar aqui é uma história verídica que aconteceu comigo e meus amigos. O motivo que me levou a escrever isto foi o clima no qual estávamos e uma história um tanto assustadora contada por um deles - justamente o mais cagão. Não leia isto esperando uma ficção sobrenatural ou coisa assim, pois o conteúdo abaixo é apenas o relato de uma madrugada de domingo entre amigos, ok? Caso ainda esteja lendo isto, sinta-se a vontade e espero que goste.



Já era madrugada, algo em torno de 1:30 de domingo e estávamos entediados. Eu e mais três amigos acabamos reunidos no apartamento do nosso amigo Kleinu pra jogar video game e encomendar algumas pizzas; esta era a programação noturna. Poucas horas antes nós havíamos saído com algumas gurias. A noite foi mesmo boa, saiu tudo como planejado, mas a madrugada já estava se tornando realmente cansativa. As pizzas estavam sendo digeridas a muito tempo, e jogar GTA V não estava mais nos mantendo entretidos. Decidimos então sair do apartamento e dar umas voltas de carro pela cidade.


Lá fora estava ficando cada vez mais frio e uma leve cortina de neblina aumentava essa sensação.
Contribuímos cada um com uma quantia para poder encher o tanque do carro e em seguida partimos. A cidade estava vazia, poucos carros circulavam. Olhei para meu celular, ele marcava 1:55. A nossa programação pelas horas seguintes era esta: ficar dando voltas pela cidade, ultrapassando sinais vermelhos, acelerando em pista reta, e procurando casas de festa com alguma festa ainda rolando. Encontramos algumas, e em um delas haviam carros de polícia parados em frente. Passamos lentamente para ver melhor oque estava acontecendo, mas não foi possível devido a quantidade de gente que estava ao redor. Não havia pessoas chorando ou gritando, então com certeza era só mais uma briga ou confusão que saiu de controle; coisa comum nesse tipo de festa onde todo tipo de gente se reúne. Mais a frente uma mulher de vestidinho vermelho dava um tapa no rosto de um cara. Dobramos a esquina dando risada.

Olhei meu celular, ja estava passando das 3:00 da manhã. Nossa programação perdeu a graça bem rápido e todas aquelas voltas me deixaram com um embrulho no estômago. Por sorte, a esta altura as pizzas já haviam sido completamente digeridas.

O tédio começou a tomar conta, e em meio a conversas e piadinhas aleatórias, de repente surgiu um assunto intrigante entre nós. Segundo nosso amigo Helmut, uma noite ele e o Kleinu estavam dando voltas de madrugada, da mesma forma como estávamos fazendo naquele momento. No caminho eles passaram por uma rua onde algumas casas e apartamentos estavam para alugar. Em uma destas casas - um pequeno edifício de apenas dois andares -, havia uma senhora idosa sentada na sacada com a cabeça baixa; ela estava completamente imóvel. Era inverno aqui no Rio Grande do Sul, porém, aquela senhora estava lá, sentada de camisola, exposta ao vento gelado e ao sereno da noite. Eles desaceleraram o carro para poder observar melhor. A senhora não se mexia e nem nada. Os dois ficaram intrigados, imaginando se ela estava morta ou coisa assim. - Não era brincadeira, eles realmente estavam pensando que ela poderia estar morta, pois era a unica explicação lógica para aquilo. - Logo que a rua acabou, dobraram a direita e decidiram passar ali novamente, porém, quando chegaram, desta vez a senhora não se encontrava na sacada e sim dentro da casa. As luzes estavam acesas e ela estava parada de perfil na janela ao lado da porta. Como antes, eles desaceleraram o carro e ficaram observando, foi então que do nada a senhora virou o rosto e pareceu encara-los diretamente. Cagões como são, resolveram sair dali, mas mal o Kleinu pisou no acelerador, ja teve que frear. Havia um destes cachorros de rua na frente do carro, e ele simplesmente se recusava a sair. O cão começou a latir sem parar e logo outro se juntou a ele. Os dois ficaram encarando o carro de frente; eles rosnavam e não se retiraram nem mesmo quando o Kleinu buzinou e acelerou o carro, ameaçando atropela-los. A rua era estreita e não tinha como contornar os cães. Eles olharam para trás e viram a casa com as luzes apagadas, porta e janelas fechadas. Isso tudo durou menos de um minuto, mas os dois já estavam assustados o suficiente e aceleraram o carro em marcha ré, tentando voltar por onde tinham vindo.

De acordo com eles, a hora era mais ou menos a mesma que marcava no relógio naquele momento. Rapidamente eu tive a ideia de passarmos lá, pois eu queria conhecer esta tal casa. Esta história havia me animado e estava começando a me dar ideias pra um novo conto. Nossos outros amigos concordaram, apenas o Kleinu e o Helmut continuavam não querendo ir, mas nossa insistência acabou vencendo.

- Essa é a casa. - falou Helmut, assim que chegamos na rua. Era mesmo uma rua estreita.

Eu baixei o vidro e oque vi foi uma casa comum, com uma sacada pequena. Não era velha e parecia bem cuidada. Uma placa escrito ''Aluga-se.'' estava firmada contra as grades da sacada. As luzes estavam todas apagadas e as outras casas e pequenos apartamentos encontravam-se da mesma forma. Sinceramente eu não achei nada demais, Falk e Alex também estavam tranquilos, mas uma rápida olhada no Helmut e percebi o quanto ele estava nervoso - Kleinu nem tanto. Achei isso engraçado e, de forma bem inconveniente falei-lhes sobre algo que havia me recordado naquele exato momento.

- Vocês tem certeza que eram 3:00 horas quando vocês passaram aqui aquele dia? - perguntei e eles concordaram, dizendo que era algo em torno disso. - Bom, vocês sabiam que 3:00 da madrugada é a hora do demônio?

- Porra Kim! - gritou Helmut.
- Kim, guarde essas informações pra ti. - disse Kleinu.

Nossos outros amigos riam e um deles se virou interessado. Eu extremamente sério continuei: - Mas é verdade. Diz a lenda que 3:00 da madrugada é a hora que Lúcifer revoltou-se contra Deus. Portanto esta é a sua hora. Ja as 15 horas é a hora que Jesus morreu, ou seja, a hora da libertação dos anjos do bem. Nesse caso as 3:00 da madrugada seria uma espécie de deboche de Lúcifer a cerca de Jesus Cristo. - Enquanto eu falava os dois continuavam a me mandar ficar quieto, já Falk e Alex me encorajavam, então continuei: - A essa hora os portões do inferno se abrem e alguns demônios percorrem livremente o mundo dos vivos, procurando por almas corrompidas das quais possam se alimentar e... - Fui interrompido pelo barulho estridente do som do carro; Helmut havia ligado o rádio, dizendo que não queria mais ouvir oque eu estava falando. Eu até tentei falar um pouco mais alto para me fazer ser ouvido, mas foi inútil. Kleinu acelerou o carro e disse que era melhor ir embora. Enquanto o carro se afastava eu olhei pelo vidro traseiro e vi um cachorro grande deitado no meio fio da calçada, quase no mesmo lugar onde havíamos parado o carro. Eu achei estranho, pois não tinha percebido ele antes. Ver aquele cão lá até me deu um certo ''medo'', pois tenho uma imaginação fértil e tal. Enfim...

Isso já faz bastante tempo, mas ainda hoje nós incomodamos o Helmut - o mais medroso do grupo, e certamente um dos caras mais medrosos que eu já vi na vida - com a história da velha da sacada. O Kleinu nós paramos de incomodar, porque ele não é tão medroso, então não tem graça incomodar ele.

Brincadeira de Criança

O garoto colocou a cabeça contra a parede. Ela estava parada logo atrás dele, esperando. Então começou:
- Um, dois, três…
E Ana saiu correndo. Tirou os sapatos para que fosse mais quietinha - não queria deixar nenhum rastro, nenhuma dica de onde iria se esconder.  Fuçou na cozinha. Será que ia caber dentro dos armários? Examinou um instante e decidiu que não. Mesmo se conseguisse se enfiar, as panelas fariam barulho. Derrubou algumas para despistar e voltou à sala. Ele ainda estava no quarenta.



Deslizou com as meias pelo corredor. Tão rápido e discreto! - teve que cobrir a boca, para ter certeza que não ia fazer som algum. O quarto dos pais.. o quarto dos pais!... abriu a porta, mas não teve coragem de entrar. Os dois estavam deitadinhos ali na cama, a TV ligada. Sabia que podia ir e se esconder porque eles não iam a entregar, mas preferiu procurar mais.
Lá da sala, ele gritou sessenta.
O banheiro! Ah não, o banheiro não. Sua irmã estava lá tomando banho antes deles começarem a brincar. O banheiro estava um caos. Sem contar que fedia! Espiou pela fresta da porta, só pra ter certeza, e sim, a menina ainda estava lá, esparramada na banheira, com fones no ouvido, sem mover um músculo sequer. É claro que estava. Dali da porta mesmo Ana conseguia escutar um pouco da música. Saiu correndo, de novo.
Lá da sala, veio um oitenta.
Restava tão pouco tempo... o quarto! O quarto delas. Não queria se enfiar debaixo da cama, era o esconderijo mais óbvio de todos. Nem no armário, que, para começar, estava abarrotado de coisas, mal ia dar para entrar. Atrás da cortina, seus pés ficariam para fora. Noventa e dois... noventa e três. Não dava mais tempo. Ana agarrou as bonecas pelo cabelo e as jogou no chão, empurrou para debaixo da cama e se enfiou no baú enorme. Se contorceu e fechou a tampa, a cabeça entre os joelhos. Sua posição era desconfortável e o ar era abafado, ali. Tentou cobrir o rosto, para evitar de ser escutada.
- Pronta ou não, lá vou eu!
Era muito difícil continuar quietinha. Sua respiração estava forte e as lágrimas ainda corriam o rosto. Tinha que engolir o soluço e camuflar o desespero até o fim da brincadeira. Ele ainda tinha mudado as regras, que amigo mais bonzinho! Ela não ia precisar correr para o pique. Bastava que se mantivesse escondida por um minuto.
Contou mentalmente. Cinquenta e três segundos... cinquenta e quatro. Cinquenta e cinco. Cinquenta e seis. Faltava pouco para que se completasse um minuto e ela não escutava passos nem risadas de crianças. Deixou escapar uma gargalhada desesperada; estava salva.

Cinquenta e nove.

Kelith Yosprib

Assim que ela chegou em casa todos sabíamos o que tinha acontecido. Não foi preciso nenhuma palavra ser dita ou nenhum sinal ser feito. Todos nós sabíamos do resultado da ida de Paula ao médico. Ela estava lá, sentada em uma cadeira, aos prantos. Minha família inteira estava lá, ainda com o papel do resultado nas mãos, sem saber o que dizer para alegrá-la. 


Eu me lembro de quando éramos crianças e brincávamos de várias coisas, mas o que mais alegrava a minha irmã era as suas bonecas. Cada uma tinha um nome e ela cuidava de todas com muito carinho. Esse era o seu sonho desde sempre, ser mãe. Paula já tinha lido vários livros sobre maternidade, gostava daqueles filmes sobre famílias felizes... Então veio a notícia aterradora de que ela não poderia engravidar.


Não foi só o sonho dela que acabou. O da nossa mãe também, pois eu, como minha irmã, não podia ter filhos e sendo nós seus únicos filhos o seu sonho de ser avó havia acabado. Quando recebi aquela notícia fiquei muito triste, mas admito que não foi tão inesperado, pois somos irmãos e sempre soube que era muito provável ela ter o mesmo problema que eu. 

A vida da minha irmã mudou muito depois da notícia. O seu noivo, um engenheiro bem sucedido, começou a visitá-la mais vezes lá em casa, pois ela andava um pouco depressiva. Por causa disso, minha mãe sempre buscava ficar por perto e as duas começaram a frequentar um grupo de mulheres, que parecia um daqueles grupos de ajuda como os Alcoólicos Anônimos. Aquilo me incomodava. Eu sempre achei grupos de ajuda a maneira mais ridícula de ajudar uma pessoa. Em vez de ficar com o resto da família e superar juntos a dificuldade, minha mãe e minha irmã optaram por um grupo de desconhecidas depressivas que diziam sofrer dos mesmos problemas e assim “trocavam” experiências.

Sempre que eu chegava em casa e olhava para as duas sentia a dor delas. Não como elas, pois fui o menos afetado, então tentei continuar minha vida normalmente, mas mesmo assim sentia aquela dor. A dor de ver o destino destruir seus sonhos e não poder fazer nada. Os meus sonhos não envolviam filhos, eles tinham mais a ver com conquistas. Eu gosto e sempre gostei de equipamentos eletrônicos e sempre quis trabalhar na construção de algum tipo de robô. Não fiquei muito triste quando descobri que não poderia ter filhos, talvez por que ainda sou muito jovem e não me importo com isso, mas quando vejo a tristeza da minha irmã me imagino sem poder trabalhar com tecnologia. Computação, eletrônica, robótica fazem parte da minha vida e não sei se conseguiria viver sem essas coisas, sem meu sonho. É disso que eu tinha medo: será que a minha irmã poderia viver sem o sonho dela?

Para ajudá-la a se recuperar, minha mãe decidiu passar uma semana na fazenda de um tio meu. Eu achei bom, pois as duas poderiam ficar com sua família verdadeira se divertindo numa fazenda, sem falar que eu tinha visto em algum noticiário que naquela semana alguns planetas iriam se alinhar e que seriam mais visíveis do que o normal à noite, principalmente longe das luzes da cidade e isso seria uma boa distração para a Paula.

 Para lá só fui eu, minha mãe, minha irmã e o noivo dela. Na fazenda moravam os meus tios, os seus três filhos e mais dois parentes que eu não saberia dizer o grau de parentesco. A fazenda basicamente tinha algumas vacas, porcos e galinhas. Ficamos divididos em três quartos, com minha irmã e seu noivo ficaram juntos.

 Quando anoiteceu, todos ficaram na sala conversando. Cheguei a contar uma história de terror, mas percebi um incômodo por parte dos meus tios e quando estávamos prestes a deitar para dormir perguntei para minha prima se eu fiz algo errado e ela me disse que era porque as pessoas da fazenda estavam assustadas com uma coisa que havia acontecido: “Uma noite meu pai percebeu movimentações no curral, pegou sua espingarda e foi ver o que estava acontecendo. Quando chegou lá viu três vultos fugirem rapidamente para a floresta. Quando amanheceu viu que as vacas estavam fracas, com feridas e cheio de símbolos estranhos por todo o corpo.”. Todos na fazenda sabiam que se tratava de bruxas e por isso o clima de medo.

 No dia seguinte, Paula e minha mãe haviam saído para se aventurar na mata com os meus primos e meu tio, então ficaram poucas pessoas na fazenda e assim ficou mais fácil para eu conversar em particular com o Otávio, o noivo da minha irmã. Perguntei sobre o que achava da Paula ficar se “tratando” com um grupo de desconhecidas e ele respondeu que achava esquisito, mas que estava dando certo e que ela estava muito feliz. Eu também tinha reparado nisso, minha irmã e minha mãe se recuperaram muito rápido e isso foi antes de virmos para a fazenda. Foi logo depois daqueles encontros de mulheres.

 Outra coisa que eu notei foi que quando minha mãe me olhava sua alegria virava seriedade. Não sabia o por quê, mas desconfiava que ela podia perceber em meus olhos o meu desconforto com aquela situação. No início fiquei com medo de que aquela alegria toda da minha irmã fosse na verdade uma tentativa de esconder uma tristeza profunda, mas não era o que parecia, ela realmente estava feliz. Isso me incomodava. O que foi que tinha acontecido para deixá-la tão feliz? O que elas conversavam naqueles encontros?

 Depois de horas na floresta elas chegaram, um pouco antes do anoitecer. Depois da janta cada um foi para o seu quarto. Por algum motivo, naquela noite eu estava inquieto e em uma das vezes que acordei de madrugada vi pela janela dois vultos entrando na floresta. Quando meus olhos se acostumaram com a escuridão, percebi que os vultos eram minha irmã e minha mãe. Saí da casa sem fazer barulho para segui-las. Como eu tinha demorado a sair, elas já tinham sumido pela floresta. Andei sem rumo por alguns minutos, até que encontrei, parcialmente oculta pela névoa, uma luz de fogueira. De tudo que elas tinham feito aquilo era o mais esquisito.

Quando me aproximei da fogueira, comecei a ver mais vultos e ouvir uma cantoria. Cheguei bem perto e vi minha irmã nua deitada inconsciente em um altar de pedra e em sua volta várias mulheres com vestes pretas e capuzes cantando uma música estranha em uma língua igualmente estranha. Desesperado, eu entrei no círculo que elas faziam para resgatar a minha irmã. Cheguei a ver o rosto de algumas e as reconheci, eram as mesmas mulheres que participavam daqueles encontros. Até minha mãe estava entre elas. A mais velha delas me olhou e no exato momento em que seu olhar se virou para mim, eu senti algo horrível. Era como se mil flechas atravessassem o meu corpo. Desmaiei imediatamente.

Acordei em minha casa, deitado na minha cama, sem a menor noção de quanto tempo havia se passado. Ao lado da minha cama estava a minha mãe, segurando um lanche para mim. Ao poucos comecei a sentir uma dor horrível na minha barriga e percebi que era fome, muita fome. Minha mãe me explicou que já fazia quase um dia inteiro que eu estava dormindo. Por causa do meu desmaio todos decidiram voltar para casa, mas não era essa a explicação que eu queria. Perguntei o que significava aquilo que eu tinha visto na floresta e ela, meio constrangida, me explicou que há gerações certas mulheres da minha família seguiam uma seita chamada Udik e que o que eu tinha visto na floresta era apenas um ritual de fertilidade para a minha irmã. Aquilo fazia sentido... Era por isso que minha irmã estava tão feliz: Podia ser mãe!

Nos dias seguintes a vida seguiu aparentemente normal, até que chegou outro resultado de exame que, como o primeiro, mudou completamente o clima daquela casa, só que para melhor. Minha irmã estava grávida! E semanas depois, em outro exame, descobrimos que eram gêmeos! Nunca antes as pessoas daquela casa ficaram tão felizes. Otávio, que só vinha aqui de vez em quanto, mudou-se de vez. Também fiquei muito feliz, mas bem no fundo eu sentia um incômodo.

 Os meses foram passando e a barriga da minha irmã crescendo. Quando já estava com quase 9 meses ela teve de ir ao médico fazer uma cesariana pois, já que eram gêmeos, o parto era de risco. A família inteira foi com ela ao hospital. O parto foi tranquilo e o casal de gêmeos nasceu saudável. Enfim a agonia da minha mãe e da minha irmã tinha acabado, mas a minha não.

Quando os gêmeos saíram do hospital, as duas mais o Otávio decidiram passar mais um fim de semana na fazenda dos meus tios. Paula me convidou, mas recusei. Ela insistiu várias vezes, o que não adiantou. Aquela fazenda me trazia péssimas lembranças e minha mãe sabia disso. Paula não fazia a menor ideia de que eu sabia sobre a seita, pois quando eu a havia visto naquele ritual, ela estava desacordada. Foi até por causa disso que pensei que ela estava em perigo. Ricardo, o meu pai, viajava muito e naquele fim de semana ele iria para outra cidade, então eu ficaria sozinho em casa.

O verdadeiro motivo de eu querer ficar sozinho em casa foi que dias antes me lembrei de que no porão da casa existia um baú grande trancado que há anos. Estava curioso para saber o que tinha dentro dele. Sabia que pertencia a minha mãe e desconfiava que ali iria encontrar alguma coisa sobre a Udik.

Quando todos se foram eu esperei um pouco e depois fui ao porão. Encontrei o baú e tentei abri-lo, mas ele estava muito bem fechado. Os cadeados que trancavam sua abertura eram bem grandes e resistentes. Não desisti. Peguei um machado nas ferramentas do meu pai e comecei a golpear aquele cadeado. Demorei vários minutos até conseguir abrir. Quando abri, encontrei vários objetos, como estátuas pequenas, colares, peças de roupa parecida com as das estátuas, entre outras coisas. Todos esses objetos eram muito estranhos, como se pertencessem à uma cultura que eu desconhecia, mas o que me chamou a atenção foi um livro. Comecei a folheá-lo. Muitas de suas páginas eram escritas em uma língua que eu desconhecia, mas havia vários desenhos e algumas anotações em português. O livro parecia conter rituais e feitiços. As partes em português e os desenhos pareciam servir para explicá-los, enquanto as partes na língua estranha pareciam ser as palavras que deveriam ser ditas enquanto eles são feitos.

 O livro era grande e passei um bom tempo folheando-o, até que encontrei um desenho de uma mulher nua sobre um altar. Lembrei-me imediatamente daquele ritual que vi aquelas mulheres fazendo com minha irmã, então comecei a ler o que tinha de português ali. O texto falava sobre dois deuses: a deusa Kelith e o deus Yosprib. Era complicado, mas consegui entender que no ritual os dois deuses eram convocados e que cada um daria uma criança para a mulher que estivesse no altar, mas que cada criança, em um outro ritual, deveria dar algo para o seu deus. Kelith era a deusa da alma, então a sua "filha" deveria lhe dar a sua alma, entrando para a seita. O problema era o deus Yosprib. Ele era o deus do corpo, então o seu "filho" deveria lhe dar o seu corpo, sendo sacrificado. Lembrei-me que minha irmã e minha mãe haviam ido para a fazenda e fiquei desesperado: Elas iriam sacrificar o meu sobrinho em outro ritual!

 Peguei meu carro e acelerei o máximo que pude para chegar bem rápido na fazenda. Não deixaria de forma alguma que elas matassem o meu sobrinho. Não conseguia imaginar as duas fazendo algo tão horrível, principalmente a minha irmã!... Matando o próprio filho! Será que ela seria capaz de sacrificar um de seus filhos para poder realizar o seu sonho de ser mãe com o outro?

 Tinha acabado de anoitecer quando cheguei na fazenda. Não perdi tempo e fui direto para a floresta, pois sabia que elas não estavam na casa. Quando encontrei o altar de pedra não vi ninguém, até que, de repente, duas corrente prenderam meus braços, como se elas tivessem vida própria. De dentro da floresta surgiram várias mulheres com aquelas vestes estranhas, era como se estivessem me esperando.

 De repente entendi. Eu e minha irmã éramos gêmeos e a doença que tínhamos era genética. Havíamos a herdado de nossa mãe. Assim como meu sobrinho, eu também era "filho" de Yosprib. Tentei me soltar daquelas correntes, mas as mulheres que as seguravam tinham uma força absurda, principalmente as mais velhas. No meio delas minha mãe apareceu, chorando. Ela me contou que já sabia que eu iria ser sacrificado e por isso se esforçou o máximo para me dar uma boa vida. Um sentimento de profunda tristeza, misturada com desespero e injustiça me dominou. Eu e minha mãe não conseguíamos parar de chorar. Enquanto eu ficava dizendo "Não!" sem parar ela me contou que era por causa desses rituais que minha família durou tantos e tantos séculos, sempre sacrificando o filho enquanto a filha levava a família adiante. Minha mãe também me contou que Paula ainda não sabia do sacrifício do "filho" de Yosprib, mas que contaria à ela em breve. Ou seja, minha irmã estava feliz por que ainda não sabia da futura morte de seus próprios irmão e filho.

 As bruxas me colocaram no mesmo altar de pedra em que antes estivera a minha irmã e arrancaram a minha camisa. Com o sangue de algum animal, desenharam símbolos estranhos em meu peito e começaram uma cantoria que parecia ser daquela mesma língua do ritual anterior.

 Um sentimento de injustiça e profunda tristeza tomou conta de mim e minha última lembrança foi uma faca prateada vinha em direção a meu peito.

28 de abr. de 2014

The Day Of The Doctor

Já lançou mais eu quis colocar aqui, porque aparecem o Matt Smith e o David Tennant e com a participação especial da Billie Piper(Rose Tyler).


A história apresentará situações divididas em três linhas de tempo. Uma delas é situada em 2013, ano em que algo terrível e perigoso desperta na National Gallery de Londres. Em outra, situada no ano de 1562, um plano de assassinato é colocado em prática. Na terceira linha de tempo, uma antiga batalha espacial chega à sua conclusão. Todas as situações dependem do Doutor, que enfrenta seu passado.
A batalha espacial citada na sinopse pode se referir à luta entre os Daleks e os Senhores do Tempo, que levou ao fim de Gallifrey, planeta de origem do Doutor. Com 75 minutos de duração o especial dá continuidade à história vista no episódio anterior da sétima temporada, que tem o título de The Name of The Doctor. O roteiro é de Steven Moffat e a direção de Nick Hurran.
O especial reúne os atores Matt Smith (11º Doutor), David Tennant (10º Doutor) e Billie Piper (Rose). The Day of The Doctor também trará os atores John HurtJoanna Page (Gavin & Stacey, Breathless), Jemma Redgrave (que volta a interpretar Kate Stewart, filha do Brigadeiro Alistair, personagem recorrente da série na década de 1970), Ken Bones e Orlando James(The Hour), entre outros.

Agora não temos mais página no facebook, invadiram o meu facebook e excluíram a página.
Desculpem, mas infelizmente não temos mais página.
Desculpem a todos.

27 de abr. de 2014

Crítica 6

Quase dez anos depois do vergonhoso O Filho de Chucky (Seed of Chucky, 2004), a franquia Brinquedo Assassino é retomada com o lançamento de A Maldição de Chucky (Curse of Chucky, 2013) , que chegou às lojas nos EUA na semana passada. Porém, diferente do que aconteceu com outros clássicos de terror dos anos 80 como Sexta-Feira 13A Hora do PesadeloO Massacre da Serra ElétricaA Hora do Espanto e Uma Noite Alucinante, o boneco que ganha vida ao ser possuído pelo espírito de um serial killer não teve um reboot, mas continua aonde o anterior parou.
Imagine receber um pacotão desses pelo correio...
Imagine receber um pacotão desses pelo correio…
Apesar disso, pode-se dizer que o filme tem uma volta às origens, ao abandonar o tom pastelão que tomou conta dos dois últimos capítulos e retomar o clima de suspense que caracterizou os três primeiros. O filme começa com a jovem paraplégica Nica (Fiona Dourif) que mora com sua mãe (Chantal Quesnelle), recebendo um pacote sem remetente pelo correio. Ao abrir, um boneco da linha Bonzinho (Good Guys, no original), novo em folha. O rostinho angelical do brinquedo em nada lembra o rosto deformado e cheio de costuras com o qual Chucky encerrou o último longa. A explicação para isso é dada (ao menos, parcialmente), mas demora.
Crianças e brinquedos: empatia imediata
Crianças e brinquedos: empatia imediata
Enquanto isso, o espectador é envolvido no clima de suspense. O boneco não tem expressões, não aparece andando, ou se movimentando – exceto os movimentos mecânicos característicos do brinquedo, como virar a cabeça e repetir a frase “Oi, meu nome é Chucky. Vamos brincar?”. A morte misteriosa da mãe de Nica – que se parece com um suicídio – atrai toda a família para a mansão: a irmã Barb (Danielle Bisutti), o cunhado Ian (Brannan Elliott), a filha do casal, Alice(Summer H. Howell) e sua babá JIll (Maitland McConnell). A pedido de Barb, o padre Frank (A Martinez) também marca presença para tentar “salvar” a pobre alma “suicida”, apesar dos protestos de Nica, afastada da igreja.
Muito sangue vai jorrar
Muito sangue vai jorrar
Ao ver o boneco, a pequena Alice se encanta imediatamente e começa a fazer dele seu melhor amigo, carregando-o para todo canto e trocando confidências com ele. A família ignora a ludicidade da situação até ser tarde demais. Um a um, os membros da família vão sendo assassinados com toques de sadismo que caracterizou o personagem. Os motivos desse massacre, no entanto, é revelado somente no final da história, bem como o porquê da paralisia de Nica. A surpresa final fica por conta de como Chucky foi enviado pelo correio, com uma participação especial e uma outra – não-creditada – na cena pós-créditos, amarrando a hexalogia.
O boneco tem um rostinho angelical. Epa, espera aí...
O boneco tem um rostinho angelical. Epa, espera aí…
O filme não poupa os clichês de filmes de terror: luzes que não se acendem, ventos que fecham as portas e a inevitável tempestade, com raios e trovões. Ah, sim: tem um porão também e a pessoa que entra sozinho nele. Essa mesmice anula a possibilidade de levar alguns sustos, mas essa nunca foi mesmo uma marca registrada da franquia. A tensão e o suspense, sim.
Adivinhe onde essas escadas vão parar...
Adivinhe onde essas escadas vão parar…
Longe de ser um filme genial, ao menos A Maldição de Chucky não faz feio e tem o mérito de resgatar a franquia da lama em que ela foi jogada. Agora, é aguardar o próximo longa que, com certeza virá, pois assim como os clássicoslobisomensvampiros e zumbis, os personagens de terror dos anos 80 também entraram para o rol dos monstros que, vez ou outra, voltam da morte para assombrar os pobres mortais.

Crìtica 5

X-men - O Filme

O filme começa com Magneto sendo levado pelos guardas nazistas separado dos pais, eles fecham o portão e ele tenta abri-lo mas vez um guarda e lhe bate na cabeça e lhe faz desmaiar.
Depois mostra vampira beijando um moço e o mesmo desmaia ou morre(não sei bem)ela ainda nem sabe de seus poderes.
Em seguida vem Jean Grey,e professor Xavier aparece e vai atrás de Magneto que estava ali em meio a plateia.
Na cena seguinte aparece Wolverine lutando num boteco(ou lugar qualquer)e Vampira também estava neste mesmo lugar que pega carona com Wolverine e sofrem um acidente, mas são salvos por Ciclope e Tempestade.
Magneto aparece em uma cena que ele transforma o Senador Kennedy(acho que é isso)em mutante.
Eles juntos vão lutar contra Magneto e seus capangas, e salvar Vampira que está nas mãos de Magneto.

Mas enfim depois de todo esse resumo do filme, a minha opinião é que foi bem feito, e os atores foram ótimos pro papel principalmente o Wolverine(Logan), foi muito legal.


26 de abr. de 2014

Os Portadores

5-O Portador da Luz

Em qualquer cidade, em qualquer país, vá para qualquer instituição mental ou casa de repouso onde você possa entrar. Quando chegar à recepção, feche os olhos e peça para visitar alguém que se chama "O Portador da Luz". Você será levado a uma única porta que dá para um longo corredor, a porta será aberta. Abra seus olhos. O corredor é totalmente escuro, porém, ele é estreito o suficiente para que você possa sentir as paredes com os braços estendidos, oriente-se e siga em frente.

Se a qualquer momento durante a sua caminhada pelo corredor, toda escuridão for subitamente extinta por luz, feche os olhos imediatamente, de meia volta e faça seu caminho de volta para a porta de onde você entrou rapidamente. Se seus olhos ficarem abertos por mais de um segundo, o que você verá o fará que arranque seus olhos instintivamente.

Se, por outro lado, as luzes ficarem acesas tempo suficiente para que você possa chegar ao fim do corredor, onde há outra porta, a luz se extinguirá. Olhe para baixo: se você puder ver alguma luz escapar por entre a fresta da porta e o chão, fuja imediatamente, pois o que você procura não está lá. Se não houver nenhuma luz passando por esta fresta, gire cuidadosamente a maçaneta da porta e entre.

A sala é quase um breu total, não há nada a iluminando além de uma única vela no seu centro. A fraca luz que a vela emite irá revelar o contorno de uma figura encapuzada e imóvel. Há apenas uma pergunta que ele irá te responder: "O que pode nos proteger deles?". Diga mais alguma coisa e o homem arrancará os seus olhos, e o forçará a tomar o seu lugar sob o manto para toda a eternidade.

Se você fizer a pergunta adequada, um grito lancinante preencherá o vazio da sala, e uma série de luzes iluminarão o quarto, revelando imagens dos pensamentos mais terríveis, fantasias e memórias vividas por mentes sensíveis ao longo da história. A maioria das pessoas não consegue lidar com o que esta vendo, deixando-os violentamente insanos ou perecendo-os imediatamente à vista de tais horrores. Você deve de alguma forma conseguem sobreviver à provação, o homem encapuzado se aproximará lentamente e colocará as mãos na sua cabeça, e aproximará o rosto ao seu.

Olhe fixamente em seus olhos vazios, pois se você olhar para qualquer outro lugar, você será preso neste quarto, para sempre, e esquecido pelo próprio tempo. Não vire para olhar como ele abre a sua mão direita, e coloca um pequeno objeto redondo na palma de sua mão. Quando esse objeto tocar sua mão, você vai encontrar-se capaz de ignorar até mesmo as mais terríveis agonias - a menos que você deseje obter algum dos outros objetos, então, se esse for seu objetivo, a dor que sentirá vai ir muito além de qualquer sofrimento mundano. Saiba que mesmo este novo poder não será capaz de ajudá-lo a lidar com as imagens terríveis que testemunhou naquele quarto. Elas o atormentarão por toda a eternidade.

O olho que você tem em sua mão é 5º objeto de 538. O despertar começou, eles não devem ser levados juntos.

Os Portadores

4-O Portador do Nada 

Em qualquer cidade, em qualquer país, vá para qualquer instituição mental ou casa de repouso onde você possa entrar. Quando você chegar à recepção, peça para visitar alguém chamado de "O Portador do Nada". O recepcionista o olhará com um olhar de puro nojo, então o levará para um edifício separado, que parece ser muito velho, totalmente de madeira. Lá dentro terá um corredor aparentemente interminável que excede em muito o comprimento deste pequeno local.

O corredor é completamente silencioso. Tentar fazer qualquer som no momento errado é um erro grave e lamentável. Você vai notar as luzes no corredor ficando mais e mais brilhantes eventualmente, seus olhos serão ofuscados pelo seu brilho. Se em algum momento as luzes se apagarem, grite rapidamente, "Não, pare! O que você está fazendo é errado!" enquanto retorna correndo. Se as luzes não tornarem a acender, não pare, volte para a porta pela qual você entrou. Ela ainda deve estar aberta, espero que esteja perto o suficiente para que o corredor não se feche em você. Se isso acontecer, uma eternidade no inferno seria preferível a passar por tudo o que irá sofrer.

Se as luzes se acenderem novamente, continue andando pelo corredor. No final do corredor encontrará uma sala, o recepcionista abrirá a porta para você, enquanto ainda o olha com nojo, virará as costas e irá em borá, deixando-o sozinho. Dentro da sala verá uma mistura louca de cores, dispostas em várias formas, transpassando movimento. Você não deve se distrair com elas, pois no centro da sala parada lá, está uma jovem nua, tatuada, banhada em sangue e amarrada por tiras de pele e restos humanos, e é melhor que não mova seu olhar do rosto dela, não gostará de saber o que acontecerá se você tirar os olhos de seu rosto nem que seja por um momento. Concentre-se em seu rosto e a pergunte: "O que eram quando eram apenas um?".

Ela vai te olhar nos olhos, te falar a resposta em detalhes incríveis. Será diferente de tudo que você já ouviu falar, deixando-o a beira do êxtase e agonia. Não é incomum para uma pessoa se perder na euforia. Mas você não deve se deixar abalar, você deve tomar um cuidado mais que especial para não olhar para a tatuagem em seu peito. Sua mente vai tentá-lo a olhar para ela, mas você deve resistir, porque se você ceder e olhar, ela o esfolará vivo e adicionará sua carne mutilada ao seu corpo e você ficará preso a ela, plenamente consciente, por toda a eternidade.

A tatuagem é o 4º de 538 objetos. Eles desejam ser um de novo, mas não devem.

Carazi

O Carazi é aparentemente um garotinho de seis anos de idade, com olhos negros e sem íris, pele costurada no lugar da boca e garras nos dedos. Durante a noite, ele entra nas casas, alojando-se em qualquer cômodo, exceto nos quartos. Pode estar escondido debaixo do sofá, atrás da estante ou dentro de uma gaveta. O Carazi não é uma criança comum, como você deve ter notado: ele se contorce de tal forma que cabe em qualquer lugar. E ali permanece, esperando.
A partir do momento em que há algum movimento na casa, ele vai investigar. Se ver alguém – você, por exemplo – que se levantou para beber água ou, quem sabe, desligar a TV da sala que foi deixada ligada, ele passa a observá-lo. O efeito é imediato: você começa a sofrer de insônia e não conseguirá mais dormir.
Concentrando-se, você poderá ser capaz de ouvir o Carazi. Ou escutará seus passos, ou sua respiração anasalada, ou algum objeto no qual ele possa esbarrar sem querer. Quando ele ver que você está fora da cama, receberá uma espécie de permissão para entrar em seu quarto e lá irá se instalar.
Geralmente, ele se esconde embaixo da cama (talvez isso explique os ruídos noturnos que te atormentam…). As vozes, os arranhões, aquela presença estranha, tudo isso pode ser obra do carazi. O tempo passa e o carazi está há tanto tempo debaixo de sua cama que você passa a vê-lo inclusive de dia. Mas apenas você o vê, e as pessoas pensam que está paranoico. Você tem duas opções: ignorá-lo ou contar tudo e ser taxado como um louco alucinado.
Se estiver pensando em se levantar e apagar a luz, pense de novo. O simples ato de se erguer da cama já é o suficiente para autorizar o Carazi a atormentá-lo. Se, por algum acaso, ouvir ruídos estranhos ou sentir uma presença ou mal-estar… Bem, esse texto em nada ajudou, a não ser a informá-lo. Acredito que não haja mais nada a fazer em seu caso. Boa sorte.

CreepyPasta: Duas Faces

Você chegou em casa do treino. Está cansado, suado e precisa urgentemente de um banho. Então você vai ao banheiro, tira a roupa e se joga embaixo do chuveiro. Rapidamente o vidro do espelho e do boxe se embaça – até aí normal, certo? Certo.
Porém, aqui vai uma dica: se você começar a ouvir uma melodia estranha, baixinha e lenta (e até mesmo tranquilizante), está na hora de ligar o alerta vermelho. Você pode fazer qualquer coisa – cantar, gritar, dançar –, exceto tentar descobrir que diabo está acontecendo. Afinal, é disso que se trata a creepypasta de Duas Faces.
Se você ouve a música e tenta ver o que está do outro lado do boxe, provavelmente verá um vulto. Durante um segundo, você pode até pensar que se trata de sua mãe – será que ela veio pegar a toalha de rosto pra lavar? Torça para não estar errado, pois, se você ver o vulto, provavelmente passará a mão no boxe para desembaçar o vidro e ver que realmente está ali…
E, provavelmente, no segundo seguinte, estará cara a cara com uma velha, cuja pele do rosto estará descolando: ela sussurrará “duas faces” e, no instante seguinte… Tudo escuro. Você terá desmaiado, sofrido choques térmicos ou paralisia facial. Tudo bem, em alguns casos é reversível. Mas se o seu não for… Bem, sinto muito.
Se você passou pela experiência e está aqui para contar a história, não fique muito animado. O que se diz sobre a velha que aparece é que ela foi atrás de você por um único motivo: precisa de uma nova face. Se ela não conseguiu a sua de primeira, tentará outras vezes. Não se admire se continuar a ouvir a melodia estranha sair pelo ralo de seu banheiro, ou se ver o vulto da velha sempre que for escovar os dentes. Ela estará à espreita até conseguir o que tanto quer.

24 de abr. de 2014

Sorriso Eterno

Eu era muito jovem com 23 anos e eu estava na rua de noite caminhando, foi aí que um homem com um moletom branco e rosto pálido com uma faca começou a me perseguir.
Eu comecei a correr o mais rápido que pude, mas ele me alcançou e fez um corte grande em minha boca e naquela momento a dor era inimaginável e depois de tudo ele foi embora correndo.
Quando eu fui denuncia-lo a polícia falou que já estava atrás dele a muito tempo e falou também que ele havia sido preso, mas fugiu e matou os policiais.
Então eu voltei para casa com medo, mas agora que eu tirei a faixa de meu rosto eu vi que tinha um sorriso para sempre.

Por: Felipe Lima

Só Eu Que Imagino?

Só eu que imagino o ventilador de teto girando e cortando a cabeça de todo mundo?

Só eu que imagino todo mundo sendo esfaqueado e uma poça de sangue se formando?

Só eu que imagino as pessoas nos jogos mortais?

Por: Felipe Lima

Twitter: @folope443

O Híbrido

O  meu rosto estava grudado a folhas secas, e a terra entrava nas minhas unhas, machucando minha carne. Olhei em volta e me apavorei imediatamente. Uma floresta.
O que acontecera noite passada? Lisa e Cauê tinham feito o estúpido jogo do copo. Típico de adolescente, você sabe. Apenas me lembro de brigas e muito sono. Muito sono.
E aqui estou eu, sozinha com os corvos e assustada demais para conseguir andar. Os gritos dos corvos ecoavam pela floresta e terminavam no vácuo. O céu estava puramente cinza, com manchas em preto, escuro como um beco no meio da noite. Minha cabeça e meus pés estavam doendo, não esquecendo dos dedos doloridos. Barulhos de todos os lugares, de todas as direções. Gravetos, corvos, urros, terra molhada.
“Que diabos está acontecendo aqui?”, sussurrei. E então, eis que aconteceu.
Uma grande pata sobressaiu das raízes na floresta densa. Aquilo não era exatamente um cão, mas sim, era algo parecido. Enorme, para mais informação. O tamanho de um homem era aquela criatura que curiosamente andava sobre as quatro patas. Grande híbrido.
No desespero, me joguei para trás. Tentei ao máximo possível ficar longe, mas a floresta colaborava para me deixar encurralada.
Toda a floresta se silenciou. Havia apenas eu e a criatura.
Me olhando, me analisando. Me olhava com fome, com quase malícia nos grandes olhos vermelhos sangue. E lá eu podia ver, todas as almas que aquele híbrido agarrou e saciou sua miséria. Eu poderia sentir a dor, consumindo minha carne, meu próprio espírito.
“Vocês invocaram… A curiosidade nem sempre é para ser seguida, humana.”, pela primeira vez eu ouvira uma voz tão irada. Tão rouca e certamente, não era apenas uma voz. Eram sussurros junto.
Sem nenhuma previsão, ele veio. Rápido e brusco, direto no pescoço. Uma dor profunda me invadia, minha alma. Ele a tomou.
E eu estava suando. Minha cama amarrotada e quente. A janela aberta me dava vista para o céu, escuro e sem estrelas. Uma noite solitária.
“Foi só um sonho. Apenas um sonho”, repetia em minha mente. Mas havia algo, algo que me fazia não acreditar nisso. Talvez, seria aqueles enormes olhos sangue me olhando pela porta do armário. Eu sentia o enorme sorriso que a criatura esboçava, pronta para me pegar desprevenida, sozinha no meu quarto escuro.
 Cuidado com seu armário, ninguém sabe o que pode se esconder lá, não é mesmo?

21 de abr. de 2014

Tchau.

Os Portadores

3-O Portador da Eternidade


Em qualquer cidade, em qualquer país, vá a qualquer instituição mental ou centro de reabilitação em que você puder entrar. Quando você chegar na recepção, peça para visitar alguém que se auto denomina "O Portador da Eternidade". Um suspiro escapará dos lábios do atendente, enquanto ele olha para você com a mais absoluta pena. Ele o guiará por um lance descendente de escadas, que você acreditará que o levará ao porão. Mas não leva.

Enquanto desce mais e mais profundamente pelas entranhas da instituição, você começará a ouvir um coro de gritos. Primeiro, mal poderão ser ouvidos, como se sua origem estivesse a uma grande distância. Mas conforme você se aproxima do final das escadas, os gritos aumentarão, mais claros e mais potentes, até que soem tão altos que consumam todos os outros sons. O estrondo se tornará tão doloroso que você sentirá uma necessidade implacável de arrancar as próprias orelhas para escapar dele. Resista a esse impulso. O funcionário, resistindo estoicamente à cacofonia, lhe mostrará uma porta. Ele a abrirá o mais rápido que puder e correrá, te deixando sozinho nesse corredor estreito e escuro.

Essa será sua última chance de fugir. Se decidir continuar, abra a porta. Os gritos estridentes cessarão abruptamente, deixando seus ouvidos zumbindo. A sala onde você entrará estará forrada por trevas quase tangíveis, que consomem tudo, exceto a parede mais afastada. Algemado a essa parede está uma figura emaciada, coberta de chicotadas em carne viva. Ele irá lhe encarar com um sorriso largo e sinistro fixado em seu rosto, parecendo indiferente a seus ferimentos e ao bisturi fincado em seu peito. A única forma de se salvar dos desejos sombrios desse homem é perguntar: "Quem os criou?"

Ele emitirá sons semelhantes aos suspiros de um animal moribundo antes de responder. Esse será o conto mais terrível que você já ouviu, muito além de conceitos primitivos, como dor e morte. Ele se aprofundará na mais pura essência do mal. Aqueles de mente fraca enlouquecerão ao ouvi-lo.

Quando ele terminar, ficará a seu critério libertar esse homem de seu fardo terrível. Se remover o bisturi, ele se contorcerá em agonia antes de cair em silêncio… para sempre.

Aquele bisturi é o 3º Objeto dos 538. Você decide se o resto deve ser protegido ou destruído.

Os Portadores

2-O Portador do Ínicio 


Em qualquer cidade, em qualquer país, vá a qualquer instituição mental ou centro de reabilitação em que você puder entrar. Quando chegar na recepção, peça permissão ao balconista para visitar alguém que se auto denomina "O Portador do Início". Um pequeno sorriso se formará em seu rosto, como se dissesse "seu tolo".

Você será então levado a um longo corredor – longo o suficiente para te fazer pensar que isso o levará para fora do prédio. Ainda assim, em uma clara violação das leis do espaço e da física, o corredor o leva ao coração da instituição, direto às profundezas do prédio. O corredor estará sempre silencioso, mesmo que você tente fazer algum barulho. Gritos morrerão antes mesmo de saírem da sua boca e passos serão abafados. Ao invés de falar, seu guia irá simplesmente apontar para uma porta.

Atrás dela existe uma sala aconchegante, preenchida com um perfume prazeroso, porém desconhecido. No centro da sala, uma mulher muito bonita move seus braços como se embalasse algo. Essa sala permanecerá tão silenciosa quanto o corredor que o levou até ali, até que você faça uma única pergunta: "Por que eles foram separados?" A mulher então explicará, em detalhes excruciantes, cada evento horrível na história. Cada guerra. Cada estupro. Cada assassinato. Nenhum ardil na história do universo escapará aos seus ouvidos. Quando ela terminar, o silêncio retornará e você estará livre para ir embora. Cabe a você decidir o que fazer com essas informações.



Aquela mulher é o 2º Objeto dos 538. Cabe a você decidir se eles devem se reunir ou não.

Nova Série: Os Portadores

1-O Portador do Fim:


Em qualquer cidade, em qualquer país, vá para qualquer instituição mental ou casa de repouso onde você possa entrar.

Quando você chegar à recepção, peça permissão para visitar alguém que se chama "O Portador do Fim". Um olhar como o de crianças com medo correrá as faces dos trabalhadores dali, e então você será levado para uma cela no prédio. Ela estará em uma seção oculta profunda do edifício. Tudo o que você ouvirá será apenas o som de alguém falando sozinho, ecoando pelos corredores. É uma língua impossível de se entender, mas fará com que sua alma sinta um medo inexplicável.


Caso a voz pare de falar a qualquer momento, PARE e rapidamente diga em voz alta "Gostaria de dizer que, estou apenas de passagem". Se o silêncio persistir, fuja imediatamente. Corra, não pare por nada, não vá para casa, não fique em uma pousada, se mantenha sempre em movimento, durma apenas onde seu corpo cair. Você saberá se escapou assim que acordar.

Se a voz na sala voltar depois de pronunciar essas palavras, continue. Ao chegar à cela, tudo o que verá é uma sala sem janelas, com uma pessoa em um dos cantos, falando uma língua desconhecida enquanto segura algo. A pessoa responderá apenas a uma pergunta: “O que acontece quando todos se unem?".

A pessoa então olhará em seus olhos e responderá sua pergunta em detalhes horripilantes. Muitos ficaram loucos nesta cela, outros desapareceram após este encontro, e não se sabe quantos continuaram vivos. Mas a maioria delas sempre faz a pior coisa, que é querer olhar para o objeto que a pessoa carrega. Você vai querer olhar também. Mas que fique avisado, se você fizer isso, sua morte será cheia de crueldade e horrores inexoráveis.

Sua morte estará naquela cela, nas mãos daquela pessoa. 

Esse objeto é o 1º de 538. Eles nunca devem se unir. Nunca.

A Única Creepypasta Sensata

Você acorda e se vê deitado em uma sala estranha e imunda. Sua cabeça dói enquanto você se senta e olha ao seu redor.

"Ohhhhh... o que me atingiu?"

Você nota que a sala é precariamente iluminada por uma lâmpada pendurada no teto, piscando constantemente. Grandes pilhas de escombros estão espalhadas pela pequena sala e não há janelas.

"Ei, quem está aí? Onde eu estou?"

À sua esquerda, direita e à sua frente há três portas de aparência sinistra. Você não compreende sua situação, mas deve escolher uma dessas portas. Uma porta-

"EI! Você tá me ignorando?"

-Leva à salvação. Uma leva a um labirinto infinito de corredores e passagens que irá te aprisionar para sempre, e a terceira leva à danação eterna. Você deve-

"Espera, como assim? Tá falando sério?"

VOCÊ DEVE ESCOLHER UMA PORTA.

"Por que? Tem uma saída bem aqui."

Nas profundezas geladas do seu coração você sabe que não há escapatória da desolação na qual você se encontra.

"Véio, a porta tá bem aqui. Tá escrito. Consegue ver? 'Saída', bem em cima. Letras grandes também."

Após algum esforço, você percebe a futilidade de sua resistência e retorna às portas. Não há saída.

"Só porque algum imbecil trancou a saída-"

Você resmunga enquanto contempla-

"Foi você, não foi? Otário."

CONTEMPLA SEU DESTINO.

"Tá. Uni, duni, te... aquela ali."

- Você diz a si mesmo enquanto escolhe a porta à sua esquerda. O que você não sabe é que aquela porta em particular leva ao sofrimento, morte e a destruição da sua própria alma.

"Que? Mas NEM FODENDO!"

Uma súbita epifania te leva a recuar antes que a porta se feche atrás de você, selando seu destino.

"Não foi epifania, você acabou de dizer-"

Você deve fazer sua escolha entre as duas portas restantes.

"Ok... vamos tentar a do meio então..."

Com um suspiro, você caminha na direção da porta do meio.

"Eu sei o que eu estou fazendo-"

Você murmura-

"Eu não preciso que você fique me falando. Babaca."

Você segura a maçaneta da porta que te levará a vagar pelo labirinto por toda a eternidade, alheio ao destino que em breve se abaterá sobre você. Imortal, sem mente e sem esperança, seu cadáver em decomposição ainda irá vagar muito depois que-

"Aaahh!"

- Você grita enquanto, mais uma vez, recua diante da porta escolhida.

"Não adianta ficar irritadinho comigo. Então só sobrou uma porta, hein? Salvação, há!"

- Você diz enquanto anda na direção da última porta e agarra a maçaneta. O caminho que você escolheu será longo e cheio de perigos. Você irá enfrentar inimigos invencíveis e sedentos por sangue e viajará além dos simples reinos que você conhece como 'vida' e 'morte'. Se você vier a falhar, sua alma despedaçada se tornará um dos espectros torturadores, servos do lorde do submundo, Gwyn ap Nudd. Se você-

"Espera um minuto..."

- Tiver êxito, obterá todos os prazeres inimagináveis deste mundo e do próximo, embora esteja fadado a permanecer no submundo como o braço direito de Gwin-

"CALMA AÍ, SEU SACO DE BOSTA SABE-TUDO! Você disse que uma das portas me tiraria daqui! Salvação, lembra? Como ficar preso no submundo pode ser salvação? Me tira daqui!"

Não há escapatória-

"Nem vem com essa! Sempre tem um saída."

Não há- O que você está fazendo? Onde você conseguiu esse cano?

"Estava no meio daquelas pilhas de lixo. O que parece que eu to fazendo? Vou arrombar a saída."

Você não pode fazer isso! É contra as regras!

"Ah, agora tem regras, né? O que aconteceu com a sua voz assustadora de narrador?"

Não há escapatória!

"Mas vai ter, me dê só um minuto! Só um pouco... Pronto! Ha, já era!"

Você não pode-

"Mas já fiz. Adeus e boa sorte, Senhor Voz Assustadora. To indo pra casa, vai procurar outro otário."

Eu, ah- oh, merda. To fora também! Esse lugar me dá arrepios.