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27 de abr. de 2014

Crítica 6

Quase dez anos depois do vergonhoso O Filho de Chucky (Seed of Chucky, 2004), a franquia Brinquedo Assassino é retomada com o lançamento de A Maldição de Chucky (Curse of Chucky, 2013) , que chegou às lojas nos EUA na semana passada. Porém, diferente do que aconteceu com outros clássicos de terror dos anos 80 como Sexta-Feira 13A Hora do PesadeloO Massacre da Serra ElétricaA Hora do Espanto e Uma Noite Alucinante, o boneco que ganha vida ao ser possuído pelo espírito de um serial killer não teve um reboot, mas continua aonde o anterior parou.
Imagine receber um pacotão desses pelo correio...
Imagine receber um pacotão desses pelo correio…
Apesar disso, pode-se dizer que o filme tem uma volta às origens, ao abandonar o tom pastelão que tomou conta dos dois últimos capítulos e retomar o clima de suspense que caracterizou os três primeiros. O filme começa com a jovem paraplégica Nica (Fiona Dourif) que mora com sua mãe (Chantal Quesnelle), recebendo um pacote sem remetente pelo correio. Ao abrir, um boneco da linha Bonzinho (Good Guys, no original), novo em folha. O rostinho angelical do brinquedo em nada lembra o rosto deformado e cheio de costuras com o qual Chucky encerrou o último longa. A explicação para isso é dada (ao menos, parcialmente), mas demora.
Crianças e brinquedos: empatia imediata
Crianças e brinquedos: empatia imediata
Enquanto isso, o espectador é envolvido no clima de suspense. O boneco não tem expressões, não aparece andando, ou se movimentando – exceto os movimentos mecânicos característicos do brinquedo, como virar a cabeça e repetir a frase “Oi, meu nome é Chucky. Vamos brincar?”. A morte misteriosa da mãe de Nica – que se parece com um suicídio – atrai toda a família para a mansão: a irmã Barb (Danielle Bisutti), o cunhado Ian (Brannan Elliott), a filha do casal, Alice(Summer H. Howell) e sua babá JIll (Maitland McConnell). A pedido de Barb, o padre Frank (A Martinez) também marca presença para tentar “salvar” a pobre alma “suicida”, apesar dos protestos de Nica, afastada da igreja.
Muito sangue vai jorrar
Muito sangue vai jorrar
Ao ver o boneco, a pequena Alice se encanta imediatamente e começa a fazer dele seu melhor amigo, carregando-o para todo canto e trocando confidências com ele. A família ignora a ludicidade da situação até ser tarde demais. Um a um, os membros da família vão sendo assassinados com toques de sadismo que caracterizou o personagem. Os motivos desse massacre, no entanto, é revelado somente no final da história, bem como o porquê da paralisia de Nica. A surpresa final fica por conta de como Chucky foi enviado pelo correio, com uma participação especial e uma outra – não-creditada – na cena pós-créditos, amarrando a hexalogia.
O boneco tem um rostinho angelical. Epa, espera aí...
O boneco tem um rostinho angelical. Epa, espera aí…
O filme não poupa os clichês de filmes de terror: luzes que não se acendem, ventos que fecham as portas e a inevitável tempestade, com raios e trovões. Ah, sim: tem um porão também e a pessoa que entra sozinho nele. Essa mesmice anula a possibilidade de levar alguns sustos, mas essa nunca foi mesmo uma marca registrada da franquia. A tensão e o suspense, sim.
Adivinhe onde essas escadas vão parar...
Adivinhe onde essas escadas vão parar…
Longe de ser um filme genial, ao menos A Maldição de Chucky não faz feio e tem o mérito de resgatar a franquia da lama em que ela foi jogada. Agora, é aguardar o próximo longa que, com certeza virá, pois assim como os clássicoslobisomensvampiros e zumbis, os personagens de terror dos anos 80 também entraram para o rol dos monstros que, vez ou outra, voltam da morte para assombrar os pobres mortais.

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