Se você quiser entender por que eu deixei o lugar que eu morava, você realmente só vai ter que ouvir toda a história. Você não vai acreditar, é claro. Mas o ceticismo não significa nada. Porque o que eu vi naquela noite no pântano, tem me perturbado desde então. Em minha mente, em meus pensamentos e às vezes até mesmo em meus sonhos.
Ela existe como uma memória perturbadora que eu não consigo me livrar. Isso nunca vai embora enquanto eu estiver vivo. É uma daquelas coisas tão terrível que ainda estará em minha mente no leito de minha morte, uma vez que isso já aconteceu.
Mas mesmo que você não acredite em mim, eu vou contar de qualquer maneira. Talvez possa servir como um alerta ou um apelo por cautela, se você alguma vez encontrar-se perto dos pântanos tarde da noite...
Na época, eu estava trabalhando em uma merda de restaurante fast food.
A única coisa pior do que trabalhar em uma merda de restaurante fast food é trabalhar em uma merda de restaurante fast food no período noturno, sozinho, sem nenhum veículo. Especialmente quando você vive na zona rural. Esse foi o meu caso durante alguns anos, até a noite deste evento.
Nesse período, eu morava a poucas milhas de distância do restaurante que eu trabalhava, devido à minha falta de um veículo ou de qualquer acesso a um sistema público de transporte, eu era dependente de outros para me darem carona ao trabalho.
Uma noite, após uma movimentada noite servindo os clientes, eu fechei a loja e tranquei o restaurante. Quando eu telefonei para minha carona, ninguém atendeu. Agora, eu não estou aqui para dar uma festa de piedade, mas não posso deixar de expressar a raiva com o fato de que a pessoa que dava carona era meu colega de quarto, que tinha um carro, mas não tinha nenhuma merda de trabalho e eu era o único que pagava o aluguel, a única coisa que ele podia fazer era me levar e buscar no trabalho. E esse perdedor teve o descuido de cair no sono, me deixando com a única porra de opção de caminhar até minha casa. Mas está não foi a primeira vez que isso tinha acontecido.
Não é simplesmente assustador andar por essa estrada durante a noite, é aterrorizante pra caralho! Você ouve sons, reais e imaginários que vem do pântano. Sons repetitivos, de coados, uivos, grunhindo de animais. O farfalhar das folhas e galhos na copa das árvores ciprestes, e os salpicos de água abaixo deles. Isso é o pior: Você pode ouvir o som de algo à espreita nas proximidades enterrar abruptamente sob a água. Pode ser uma tartaruga, uma cobra ou um jacaré. Você nunca sabe; você continua andando, com os dentes e as mãos tremendo, esperando que nada rasteje através da grama alta ao lado de você.
Ou ainda pior do que os sons, são os salpicos repentinos que acontecem quando você está andando e se assusta quando um sapo ou salta para a água. O som faz você quase se borrar e você começa uma maratona de corrida que dura cerca de três segundos antes de perceber o que era e então você fica com o coração batendo tão forte que o som de seu sangue jorrando em seus templos são mais altos que o som natural. Estes são os tipos de coisas que acontecem quando você está no pântano.
Era isso que eu tinha que enfrentar naquela noite, como meu colega de quarto babaca dormia esparramado no sofá, provavelmente com a televisão ligada, em sintonia com reprise dos Três Patetas e os irmãos Marx.
E não pense que eu liguei apenas uma vez e simplesmente desisti. Pode ter certeza que seu celular tinha cerca de sete ou mais chamadas não atendias, três mensagens de voz muito hostil e várias mensagens de texto agressivas. Eu podia apenas imaginas o seu telefone, em outro cômodo da casa, suavemente vibrando em minhas tentativas desesperadas de acorda-lo.
Mas, eventualmente eu desisti. E por não ter nenhum amigo que eu pudesse contactar, eu parei no posto de gasolina nas proximidades e comprei uma bebida energética e comecei minha caminhada de volta para casa.
Agora você tem que entender, os primeiros trinta ou mais minutos de minha caminhada não era tão ruim assim. Eu ainda estava na parte populosa da cidade, onde há luzes, lojas, casas e carros passando em grande número. Isso é importante, se há um monte de carros passando por você, me fazia sentir mais seguro do que quando há poucos carros passando.
Porque quando á apenas um ou dois carros passando há cada cinco minutos, isso significa que podia haver um psicopata em um desses carros e eles podem ter tempo suficiente para um assassinato sem haver testemunhas; Mas se há vários carros ao redos, possa haver psicoparas que passam, mas provavelmente não vai matá-lo, porque há muitas pessoas por perto para testemunhas o crime. Pelo menos esse era meu raciocínio. Eu estava errado.
Nenhum psicopata parou ao meu redor enquanto eu caminhaca por esta parte da cidade.
Em seguida, chega o momento da minha jornada onde eu tenho que me afastar dos bairros suburbanos e caminhar por algumas ruas quase deserticas. E é aqui onde as coisas ficam um pouco menos seguras e eu tenho que ser um pouco mais cauteloso.
Há menos tráfego nessas estradas e você nunca sabe quando algum punk ou gangue pode sair de um terreno baldio ou de uma casa, para mexer com você, tentar comprar uma briga ou acertar uma garrafa vazia no seu crânio para algum ritual ou coisa assim.
Estes são os pensamentos que passa pela minha cabeça enquanto ando nesta região, até o ponto onde as casas começas a se tornar cada vez menos frequente e o pantâno começa. Este é o lugar que começa a estrada de terra que leva até minha casa. E é ai que eu me encontrava a pé nesta noite.
Eu olhei para a estrada estreita. Você só consegue enchergar todo caminha agora antes de desaparecer na escuridão enevoada. Eu me ressentia do que teria que passar na próxima hora caminhando a pé até chegar em casa. Mas a raiva tomou conta do meu medo quando pensei que tudo isso poderia ser poupado se não fosse a negligência e descuido do meu colega de quarto. Quando chegasse em casa eu realmente consideraria a possibilidade de dar um soco certeiro no rosto do maldito.
E com esse pensamento em mente, eu me lancei desafiadoramente na estrada. E quanto mais eu anda, mais escuro ficava, até que nenhuma luz das estrelas e da lua brilhava acima de mim. Muito em breve o som de qualquer veículo nas estradas que passei se tornaria inexistente. Não era só eu, era a estrada e o pântano. E quaisquer outras criaturas que habitassem ali. Eu ouvi grilos cantando, os coaxo dos sapos e o ocasional canto de pássaro. Para evitar o medo eu me concentrei no coro e deixei os sons despreocupar minha mente. Eu andei olhando meus sapatos pressionando na sujeira de areia quando colocava um a frente do outro. Eu ia contar meus passos agora até chegar no cem, e então começar tudo de novo. Eu tentei me distrair na repetição.
Meus sapatos se tornaram amortecedor e amortecendo eu senti as solas dos meus pés ficarem úmidas. Eu parei de contar e me ponderei se devia bater em meu colega de quarto com essa minha meia molhada, mas meu pensamento foi interrompido quando olhei para frente, eu vi que não estava na estrada sozinho. O pânico agudo apreendeu meu coração e fiquei muito nervoso. Distante á minha frente eu podia discernir a silhueta suave de uma figura. Estava tão longe que não poderia dizer se estava se movendo para frente ou para minha direção. Eu congelei e podia sentir o sangue jorrando em minha têmporas.
Quais eram as chances de ser um punk malicioso vagando nesta rua a noite esperando para me roubar ou comprar uma briga?
Este foi meu pensamento reconfortante enquanto tentava me convenser de que eu estava a salvo. Tentei mante a calma, para não deixar que meus nervos obtenha o melhor de mim. Quero dizer, quem quer que seja, provavelmente está tão assustado quanto eu.
Eu não sabia o que fazer. Corre? Havia apenas duas direções. Continuar andando? Quais eram os riscos? Enquanto eu estava lá, eu vi que a figura de fato estava se movendo em minha direção e sua forma foi se tornando mais definida. E foi nessa hora que eu comecei a notar o quão estranho ele estava se movendo.
A figura não caminhava normalmente. Não balançava os ombros como uma pessoa normal faria. O que estava vindo em minha direção fazia movimentos curtos, rápidos, empurros forçados.
Eu podia ver com a pouca luz que estava presente, seus membros sendo projetados em seu torso e via como ele se aproximava.
E vi como sua cabeça presa a partir de um pescoço era maior do que um humano poderia ter.
E com sua cara levantada e eu podia ver seus olhos brilhando com um brilho amarelo.
E como esses grandes olhos redondos estavam me encarando.
E então ele parou.
E como nós dois estávamos lá, imóvel, menos de cinco metros de distância. Olhando um para o outro.
E em seguida, ele soltou o grito mais ímpio e desumano que eu já ouvi. Como um porco sendo sacrificado. Ele gritou violentamente e o som ressoou pelo pântano. E os cantos e coaxo dos grilos e sapos parou. Tudo parou.
E um estrondo era tudo o que podia ouvir depois.
O estrondo e zumbido de um motor à frente, um veículo em alta velocidade em direção a nós, a coisa na minha frente debruçou e e virou-se para ver os faróis irradiando nosso caminho. Ele foi ao chão, ficando para baixo de quarto, só me olhando por um momento, olhando estupidamente para mim com os olhos arregalados, antes de rastejar apressadamente para o pântano.
O veículo que assustou a coisa para longe era o carro do meu colega de quarto. Ele não viu o que quer que fosse aquilo. E eu nunca quis vê-lo novamente.
Mudei-me o mais depressa que pude. E nunca mais voltei naquela região.
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